A mulher de Pilatos - Uma luz em densas trevas - ASSAD BECHARA
A Mulher de Pilatos abandona o panteão dos deuses
Para mim, os lampiões do paganismo se apagaram para sempre.
O sol da tarde não me leva mais para o ocaso.
Meus devaneios nunca mais irão dançar em volta de uma aristocracia que não Te reconhece.
Surpreendeu-me uma nova aurora, o alento de uma nova madrugada.
Em meus silêncios, vejo os lampejos do Incomensurável.
Tu és a linha reta por onde sobem meus pensamentos ao Infinito.
Quero me abrigar na reverência silenciosa dos ciprestes,
sob a resiliência eterna dos cedros, e aprender Onipotência
com o simples grão da mostarda.
A brisa sagrada do rio Jordão lave todas as minhas ambiguidades!
Muito além das montanhas altaneiras, o Sol da Justiça sorria luzindo
loira claridade para os seus novos caminhos.
Uma orquestra inteira está tocando dentro dela
as sinfonias do Eterno!